Voltou-se a si e logo disparou. "Largue de ser egocêntrico", pensava alto.
Ego. Essa era a palavra do dia. Talvez pudesse renomear para indiferença ou a grande falta, mas restringiria seu significado. Pudera, estava cansado das pessoas e dos diversos pequenos fatos cotidianos. De tanto tédio e preguiça começava a elencar seus problemas e agonias para outros. Ninguém dava crédito. Problema todo mundo tinha e os expunham por rotina. "Eu não entendo", dizia ele, como um brado em tom de prece que ecoava na alma e o distanciava de toda e qualquer semelhança, mas isso era somente dele e assim o mantinha. Num dado momento percebeu que precisava de um pouco de ar fresco e de um copo de café amargo. Saiu.
No fim lembrou-se. Era um deles. E isso o matava...